sábado, 30 de julho de 2011

Quem é quem?

Tutu, Coxinha, Mari e eu

imaginem que somos nós aí cantando o Hino da PF!

Quem é você aí no meio?

Tem mais gente aí espalhado, Cris, Andréa, Xerife Criska, Coccino, Tipão, Tamara... eu não lembro o nome de todo mundo, mas a galera do Mulé tá em peso...quem és tu?

HINO DA POLÍCIA FEDERAL (1935)

ORGULHOSOS DE SER FEDERAIS
POLICIAIS DESSE IMENSO BRASIL
DEFENDENDO OS PRINCÍPIOS LEGAIS
INTEGRAMOS SUA VIDA CIVIL

SOMOS FORTES NA LINHA AVANÇADA
SEM DA LUTA OS EMBATES TEMER
QUE A CHAMADA DA PÁTRIA INSULTADA
SABEREMOS CUMPRIR COM O DEVER

NOSSO LEMA É SERVIR BEM SERVIDO
PRESERVANDO O DIREITO E A ORDEM
ESTE POVO FELIZ E AGUERRIDO
QUE ABJURA COM HORROR A DESORDEM

DEFENDENDO OS DIREITOS HUMANOS
PELA ORDEM EM ETERNA VIGÍLIA
CONTRA OS MAUS DIA E NOITE LUTAMOS
RESGUARDANDO A SAGRADA FAMÍLIA



mais vídeos aqui

quinta-feira, 28 de julho de 2011

SAIU EDITAL!!!!! - DELEGADO E ESCRIVÃO DE MINAS GERAIS

É isso aí pessoal, saiu o edital de DELEGADO - MG - 144 vagas e ESCRIVÃO - 205 vagas

confiram: http://www.acadepol.mg.gov.br/

Inscrições: 27/09 a 26/10/11

PROVA DIA: 27/11/11




DELEGADO: 1.12. O número de vagas distribuídas por Departamento de Polícia Civil é o constante da Tabela seguinte:
Departamento de Polícia Civil
Número
de Vagas
01 4º Departamento de Polícia Civil - Juiz de Fora 06
02 5º Departamento de Polícia Civil - Uberaba 20
03 6º Departamento de Polícia Civil - Lavras 10
04 7º Departamento de Polícia Civil - Divinópolis 12
05 8º Departamento de Polícia Civil - Governador Valadares 09
06 9º Departamento de Polícia Civil - Uberlândia 15
07 10º Departamento de Polícia Civil - Patos de Minas 04
08 11º Departamento de Polícia Civil - Montes Claros 12
09 12º Departamento de Polícia Civil - Ipatinga 10
10 13º Departamento de Polícia Civil - Barbacena 03
11 14º Departamento de Polícia Civil - Curvelo 10
12 15º Departamento de Polícia Civil - Teófilo Otoni 10
13 16º Departamento de Polícia Civil - Unaí 10
14 17º Departamento de Polícia Civil - Pouso Alegre 07
15 18º Departamento de Polícia Civil - Poços de Caldas 06
TOTAL 144


4.1.3. A prova constará de 70 (setenta) questões de múltipla-escolha, cada uma com 04 (quatro) alternativas de
respostas, existindo apenas uma resposta correta, que serão assim divididas por matérias, cujos programas estão
previstos no ANEXO I, deste Edital:
a) 10 questões de Direito Constitucional.
b) 10 questões de Direito Administrativo.
c) 10 questões de Direito Civil.
d) 10 questões de Direito Penal.
e) 10 questões de Direito Processual Penal.
f ) 10 questões de Medicina Legal.
g) 10 questões de Direitos Humanos.

Maiores informações em: http://rumoapolicia.blogspot.com/p/concursos-policiais.html

Sem contar que o Segundo Encontro da Confraria já tem lugar a se realizar:

http://mulhernapolicia.blogspot.com/p/confraria.html

Dica de hospedagem: http://www.rayturconcursos.com.br/
Dayrell Hotel

ou

Royal Golden
http://royalhoteis.com.br/golden/golden.html


terça-feira, 26 de julho de 2011

Várias matérias - Saber direito

Programa Saber Direito - por Temas

Carreiras Jurídicas

Carreiras Jurídicas: Prof. William Douglas

Direito Administrativo

A Teoria dos Atos Administrativos: Prof. Barney Bichara
Administração Pública: Prof. Fabiano Mendes
Administração Pública na CF/88: Profa. Cláudia Gonçalves
Direito Administrativo: Profa. Áurea Regina Ramim
Intervenção na Propriedade Privada: Prof. Matheus Carvalho
Licitações e Contratos: Prof. Ricardo Neiva
Lei de Improbidade Administrativa: Prof. Fábio Medina Osório
Lei do Servidor Público Federal: Profa. Lucília Sanches
Pessoas Administrativas: Prof. André Uchôa
Princípios do Direito Administrativo: Prof. Rafael Carvalho Rezende Oliveira
Processo Administrativo Federal: Prof. Emerson Caetano
Responsabilidade Civil do Estado: Prof. Alexandre Barenco
Serviço Público: Prof. Aloísio Zimmer Junior

Direito Civil

As Pessoas no Código Civil de 2002: Profa. Mônica Queiroz
Direito Civil Consitucional: Prof. Fábio Vieira Figueiredo
Direito das Obrigações: Prof. Gustavo Rene Nicolau
Direito das Sucessões: Profa. Anamaria Prates
Direito de Família: Prof. Nelson Sussumu Shikicima
Direito de Família - Tendências: Prof. Roberto Figueiredo
Direito de Família e Sucessões: Profa. Patrícia Fontanella
Direito de Famí­lia na Atualidade: Prof. Fernando Simão
Estudo da Posse: Prof. Bruno Zampier
Interdição e Deficiência Intelectual: Prof. Daniel Miziara
Os Alimentos e a Nova Família: Prof. Sandro Gaspar Amaral
Parte Geral do Código CivilFlávio Tartuce
Registro de Imóveis: Profa. Daniela Rosário
Registros Públicos: Prof. Hércules Benício
Responsabilidade Civil: Prof. Nelson Rosenvald
Servidão Predial: Prof. Daniel Carnacchioni
Temas Polêmicos do Direito de Família: Profa. Regina Beatriz Tavares da Silva
Teoria Geral dos Contratos: Prof. Thiago Godoy


Direito Constitucional

Direito Constitucional: Prof. Pedro Lenza
Direito de Nacionalidade: Prof. Leo van Holthe
Controle de Constitucionalidade: Prof. Gilmar Mendes
Omissões (In) Constitucionais: Profa. Nathália Masson
Organização do Estado: Prof. Bernardo Fernandes
Poder Constituinte: Prof. André Alencar dos Santos
Poder Judiciário: Prof. Fabrício Sarmanho
Processo Legislativo: Prof. André Fígaro
Reforma do Judiciário: Prof. Zélio Maia
Remédios Constitucionais: Prof. Luciano Coelho Ávila
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais: Prof. João Trindade Cavalcante Filho


Direito do Trabalho

A Justiça do Trabalho e a EC 45: Profa. Cláudia Pisco
Contrato de Trabalho: Prof. Rafael Tonassi
Dano Moral nas Relações de Trabalho: Prof. Luis Carlos Moro
Empregador: Prof. Pedro Sampaio
Empregados Domésticos: Profa. Vólia Bomfim Cassar
Fundo de Garantia, Estabilidade e Greve: Prof. Renato Saraiva
Regime de Emprego Público: Prof. Rogerio Neiva
Relação de Emprego e Relação de Trabalho: Profa. Déborah Paiva
Repouso Semanal Salarial: Prof. Fernando Cassar
Responsabilidade Civil do Empregador: Prof. Francisco José Garcia Figueiredo
Temas Específicos de Direito do Trabalho: Prof. Henrique Correia


Direito Eletrônico

Direito Digital: Prof. Sérgio Iglesias Nunes
Direito Eletrônico: Prof. Bruno Giancoli

Direito Empresarial

Direito Empresarial: Prof. Vinícius Gontijo
Direito Societário: Prof. Marcelo Cometti
Evolução do Direito Empresarial: Prof. Fernando Passos
Falência e Recuperação de Empresas: Profs. Marcelo Cometti e Fernando Castellani
Teoria da Empresa: Profa. Margô Sartori

Direito Financeiro

Direito Financeiro: Prof. Irapuã Beltrão


Direito Penal

Biodireito Penal: Profa. Maria Patrícia Vanzolini
Código Nacional de Trânsito: Prof. Luiz Flávio Gomes
Crimes Contra a Dignidade Sexual: Prof. Paulo André de Campos Trindade
Crimes Contra a Vida: Prof. Geovane Moraes
Direito Penal: Prof. Geder Luiz Rocha Gomes
Direito Penal Atual: Prof. Alexandre Salim
Direito Penal Militar: Profa. Zilah Maria Callado Fadul Petersen
Evolução do Direito Penal: Prof. Rogério Greco
Lei Maria da Penha: Prof. Sérgio Ricardo de Souza
Nova Lei Antidrogas: Profa. Cláudia Barros Portocarrero
Princípios Penais Constitucionais: Prof. Dermeval Farias
Teoria do Crime: Profa. Roberta Cordeiro
Tribunal do Júri: Prof. Rogério Cury

Direito Previdenciário

Benefícios Por Incapacidade: Prof. Melissa Folmann
Direito Previdenciário: Prof. Cláudio Farág

Direito Processual Civil

A Fazenda Pública em Juízo: Prof. Rodolfo Kronemberg Hartmann
A Nova Sistemática Recursal: Prof. Wanner Ferreira Franco
Ação Civil Pública: Prof. Tiago Feinsterseifer
Execução no Processo Civil: Prof. Daniel Amorim Assumpção Neves
Juizados Especiais Federais: Prof. Arcênio Brauner
Jurisdição, Ação e Processo: Profa. Renata Malta Vilas-Bôas

Direito Processual do Trabalho

Competência da Justiça do Trabalho: Prof. Carlos Gonçalves Cruz
Direito Processual do Trabalho: Prof. Rafael de Oliveira
Processo do Trabalho: Profa. Adriana Goulart
Processo na Justiça do Trabalho: Prof. Marcelo Moura

Direito Processual Penal

Ação Penal: Profa. Ana Cristina Mendonça
Competência Criminal: Prof. Renato Brasileiro de Lima
Execução Provisória de Pena: Prof. Pedro Paulo de Medeiros 
Habeas Corpus: Prof. Carlos Alberto Zacharias Toron
Juizados Especiais Criminais: Prof. Humberto Fernandes de Moura
Lei das Contravenções Penais: Prof. Adriano Claro
O Processo Penal na Visão do STF: Prof. Reinaldo Rossano
Prisões e Liberdade Provisória: Prof. Nestor Távora
Reformas do CPP: Profs. Sérgio Ricardo de SouzaEzequiel Turíbio e William Silva
Tribunal do Júri: Prof. Rogério Cury

Direito Tributário

Direito Tributário: Profa. Patrícia Canhadas
Direito Tributário Brasileiro: Prof. André Mendes Moreira
Imunidades Tributárias: Prof. Pedro Barreto
Questões Polêmicas de Direito Tributário: Prof. Fernando Canhadas

Direitos Humanos

Direitos Humanos Internacionais: Prof. João Mendes

Estatuto da Criança e do Adolescente

Direitos da Criança e do Adolescente: Prof. Enio Gentil

Ética Profissional

Estatuto da OAB: Profa. Cristina Tubino

http://saber-direito.blogspot.com/p/indice.html




quinta-feira, 21 de julho de 2011

Rumo à biblioteca



Decidi que a partir de amanhã vou estudar na biblioteca!!

Esse negócio de ficar só em casa, com todas as mordomias que um lar pode oferecer, não tá com nada.

Sabe de uma coisa? A dificuldade, às vezes, é uma aliada.

Melhor ter o trabalho de se deslocar todo dia para o local de estudo, silencioso, sem ninguém te perturbar, do que ficar no conforto do quarto, da internet, da cama, dos cachorrinhos que toda hora vêm abanando o rabinho para receber um afago, ou os pais que não enxergam a placa:
incrível rsrs parece que esse aviso não existe, simplesmente o ignoram 


Além do mais, tenho uma amiga que já estuda lá, e ela me convidou uma vez e resolvi, agora, aceitar. Também é bom para reforçar a amizade, e essa eu tenho que cuidar MUITO BEM, não posso perder, vale ouro!

Mas já aviso logo, cada uma no teu escaninho e conversinha só na hora do lanche!!!! Ainda bem que ela é hiper, mega, power, tander disciplinada  e está estudando para promotora, mas se der certo delegada, ela topa rsrs Só que ela já passou no TRF, tá só aguardando ser chamada.

Sem esforço, sem luta, não se chega ao objetivo final,  e eu estou percebendo que a coisa não está rendendo por aqui.

Portanto amiga, espere-me que eu tô chegando!!!!!



Bom, é assim que eu penso, alguém tem outra visão, outra tese?

Dê sua opinião, vamos conversar a respeito, estou aberta a novas ideias 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Se o duro combate, os fracos abate, aos fortes, aos bravos, só pode exaltar.


Antônio Gonçalves Dias

Canção do Tamoio

Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!

O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.
VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
VII
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
IX
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.
X
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

(Natalícia)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Só para consursando

Para descontrair um pouco.

Concursando que é concursando…
1. Separa o edital em itens para facilitar os estudos
2. Estudou e risca no edital o que estudou
3. Não estuda por apostilas e as odeia
4. Faz resumos, desenhos mnemônicos até pirar
5. Ás vezes se desespera e chora escondido
6. Não bebe sexta porque sábado tem que estudar
7. Não bebe sábado porque domingo tem que estudar
8. Domingo bebe pouco porque segunda tem que estudar
9. Briga com a (o) namorada porque ela quer sair e você precisa estudar
10. Quando sai em horário de estudo fica pensando que deveria estar estudando porque um monte de gente esta
11. Fica lembrando dos artigos da constituição, mesmo na mesa de bar, pra ver se não esqueceu
12. A coluna dói (DEMAAIS)
13. Os olhos doem (BASTANTE)
14. A cabeça dói (ixiii)
15. Sonha com a posse e pra quem vai ligar contando
16. Tem umas 5 pessoas na lista que não gostaria de saber que você passou
17. Você não vê a hora de contar para elas
18. Liga para um amigo concursando e desabafa porque só ele te entende
19. Sua família acha que você estuda demais
20. Sua família cobra demais
21. Sua família acha que é fácil passar (todos acham)
22. As pessoas vivem perguntando se você já passou
23. Fica nervoso ao ler o edital pela primeira vez
24. Odeia quando tem matemática, raciocínio lógico e atualidades
25. Come muito
26. Ouve as histórias de viagens dos amigos e finge que ta feliz por ele
27. Economiza pra pagar livros, inscrições e viagens para prova
28. Sempre está sem dinheiro
29. Sonha com o primeiro salário
30. Não fica mais nervoso nas provas de tanto fazê-las
31. O que você mais estuda é o que menos cai
32. Depois de fazer a prova se sente aliviado e precisa tomar umas
33. Não chora mais com a reprovação
34. Não tem inveja, mas não fica feliz quando os outros passam…porque você também queria passar kkkkkkkk
35. No dia seguinte da prova já começa a estudar outro edital (um dia isso muda)


A autolimpeza da PF

A autolimpeza da PF

André Rizek e Thaís Oyama

Paulo Vitale
PLANEJAMENTO E AÇÃO
Na retaguarda das megaoperações, pilotos, pára-quedistas e atiradores (foto);à frente das investigações, o Departamento de Inteligência



NESTA REPORTAGEM
Quadro: O mapa da limpeza

Nos últimos vinte meses, a Polícia Federal (PF) prendeu 44 de seus integrantes, acusados de corrupção. Eram agentes graduados e delegados que, escudados por um distintivo e um uniforme, facilitavam o contrabando de armas nas fronteiras, lideravam esquemas de roubo e receptação de carros, atuavam em quadrilhas especializadas na adulteração de combustível e locupletavam-se no tráfico de drogas. Seis presos já foram demitidos e outros 38 estão suspensos, aguardando o término dos processos internos de expulsão. Caso eles se confirmem, a PF terá feito o maior expurgo de sua história.
O processo de autodepuração por que passa a corporação é fruto de duas mudanças que tiveram início no anos 90 e começam a se consolidar agora: a primeira, de metodologia; a segunda, de valores. Ao negar o corporativismo e mirar suas próprias fileiras, a Polícia Federal deixa clara a opção por expor suas feridas, para purgá-las em seguida, em vez de escondê-las até que se transformem em um câncer incurável. Se esse saneamento é bom para a instituição, é melhor ainda para o país. A prática comprova que todo esquema de corrupção necessita da cumplicidade de um agente público para subsistir. Das 23 últimas grandes operações executadas, catorze resultaram na prisão de servidores públicos – incluindo, além de policiais federais, rodoviários e civis. Ao atacar esse flanco, ainda que isso signifique cortar a própria carne, a PF ajuda a combater um dos principais pilares da corrupção. O sucesso da prática não traz apenas ganhos morais: produz benefícios concretos para o Brasil, que seriam ainda maiores se outras instituições também empreendessem um processo de autolimpeza.
Tome-se o caso de Hong Kong. Em 1970, a ex-colônia inglesa tinha renda per capita de 970 dólares e era um exemplo clássico de ineficiência e corrupção – fruto, principalmente, da relação promíscua entre as suas polícias e os apostadores de jogo ilegal. O governo tomou duas atitudes para reverter a situação: legalizou o jogo e promoveu uma varredura nos quadros policiais, que incluiu uma caça aos corruptos e a implantação de intensivos programas de treinamento e reciclagem. Hoje, o território chinês é considerado um dos lugares mais seguros do planeta, ocupa o 14º lugar no ranking da Transparência Internacional que lista os 133 países que melhor combatem a corrupção e sua renda per capita é de 25.430 dólares. "Hong Kong só virou um próspero Tigre Asiático porque conseguiu livrar-se dos níveis indecentes de corrupção", afirma Daniel Kaufmann, economista, diretor do setor do Banco Mundial de estudos sobre corrupção (veja entrevista). Nova York viveu experiência parecida. A reforma da sua polícia – que, além da substituição de policiais, incluiu até o redesenho dos uniformes, tamanho era o desgaste da instituição entre a população – acabou por reduzir à metade os índices de criminalidade na cidade nas últimas duas décadas. Kaufmann diz qual foi o resultado imediato: "O dinheiro que evaporava com o crime passou a ser investido no desenvolvimento".

Rafael Neddermeyer/AE
Ana Araújo
ADEUS, BALTAZAR
Para o ex-superintendente da PF em São Paulo Francisco Baltazar (na foto, sendo cumprimentado pelo diretor-geral, Paulo Lacerda, de óculos), o fato de ser amigo do presidente Lula não garantiu sua permanência no cargo. Alvo de uma série de acusações, foi obrigado, em agosto, a pedir demissão – alegre e prontamente aceita. Ao lado, grupo da PF especializado no controle de distúrbios de rua

O processo de autolimpeza da PF, cujos primeiros frutos estão sendo colhidos agora, começou a ser montado em 1997. O ponto de partida foi um concurso para novos agentes – desde então, obrigatoriamente portadores de um diploma de curso superior. De lá para cá a corporação foi renovada em dois terços de seus mais de 7.000 integrantes. O processo ganhou fôlego no governo Fernando Henrique Cardoso e intensificou-se no ano passado, com a troca de comando na direção. Uma instituição, qualquer que seja ela, é moldada por leis e normas, mas cumpre suas funções por meio de homens. Quanto melhor for o caráter deles e mais sólida a sua formação, tanto mais saudável e eficiente será a instituição. A reforma da PF não foi fruto de mudanças apenas na legislação, mas principalmente se nutriu da iniciativa de um grupo de elite de policiais que assumiu seu posto determinado a transformar as feições da corporação. À frente deles, está hoje o atual diretor-geral, Paulo Lacerda, de 58 anos. O delegado, nascido em Anápolis (GO), começou a carreira no Rio de Janeiro como papiloscopista – seu trabalho era identificar cadáveres mediante a análise de impressões digitais. Em 1992, já delegado federal em Brasília, presidiu o Collorgate, inquérito que apurou a ligação do esquema PC Farias com o ex-presidente Fernando Collor de Mello. Foi nessa época que conheceu o atual ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que o tirou da aposentadoria para dirigir a PF. Lacerda levou para a corporação sua confessada falta de pendor para tiroteios e o gosto pelo trabalho de inteligência, hoje prioritário na PF.
O serviço de inteligência consiste, basicamente, no exercício de ampliar uma investigação até o seu limite. Em vez de focá-la no propósito de descobrir "quem-está-fazendo-o-quê-contra-quem", a inteligência se propõe a descobrir, sobretudo, quem está fazendo o quê "junto-com-quem" – para, a partir daí, fisgar não só bagrinhos como também peixes gordos. Exemplo: ao receber uma denúncia sobre policiais e fiscais da Receita envolvidos em facilitação de contrabando, a PF, até recentemente, ouviria os suspeitos e, a partir daí, passaria a buscar provas que pudessem incriminá-los. Hoje, deixa o esquema funcionar pelo tempo necessário, para que possa monitorar o seu funcionamento por meio de escutas telefônicas e agentes infiltrados, entre outros procedimentos. Mapeado o esquema, as informações coletadas são estudadas por um grupo de analistas que, com base no cruzamento de dados, junta as peças que ajudarão os investigadores a chegar aos cabeças do crime. As megaoperações desencadeadas nos últimos tempos pela PF (veja quadro ao lado) são resultado da aplicação dessa metodologia. Sem o disparo de um único tiro, elas levaram à prisão de 458 pessoas, incluindo políticos, delegados, empresários e um juiz federal. Na última quinta-feira, esse número foi acrescido de mais 21 pessoas, presas no Rio de Janeiro por envolvimento no narcotráfico internacional. Recentemente, espalhou-se que os agentes da PF estariam burlando a lei ao grampear primeiro seus alvos e só depois pedir ao juiz o mandato de escuta. Não é de todo improvável que isso tenha ocorrido, até porque entre os alvos dos grampos estiveram os próprios juízes suspeitos de envolvimento com criminosos. Na retaguarda das ações, estão grupamentos como a Coordenação de Aviação Operacional (Caop), formada por pilotos, pára-quedistas e atiradores, cuja missão é dar suporte aéreo armado para a localização e destruição de laboratórios de cocaína, por exemplo, e o Comando de Operações Táticas (COT), que atua em situações de alto risco. À frente das investigações, está o Departamento de Inteligência Policial (DIP).

Sebastião Moreira/AE
TERRA E MAR
Apreensão de drogas e patrulhamento de barco na região amazônica: faltam agentes
Marizilda Cruppe/Ag. O Globo

O DIP ocupa o 5º andar do prédio da superintendência da PF em Brasília. O local, ao qual nem os demais homens da corporação têm acesso, possui normas, cultura e logística próprias. Seus integrantes não almoçam com agentes de outros andares, não vão às festas de confraternização e têm os rostos desconhecidos pela maior parte dos colegas – que, volta e meia, são obrigados a investigar. Dependendo da situação, os homens do DIP podem ser confundidos tanto com empresários quanto com funcionários da faxina, ou mesmo mendigos – camuflagem usada no ano passado por um deles, em uma operação destinada a apurar a ligação de policiais com quadrilhas de roubo de carros em Campinas, no interior de São Paulo. Empenhado em monitorar a rotina de um suspeito de envolvimento com o esquema, o agente, disfarçado em trajes maltrapilhos, instalou-se na calçada da casa do colega por uma semana. A tarefa só pôde ser realizada porque seu rosto era desconhecido. Parte do trabalho de filtragem dos agentes que ingressam na corporação também fica por conta do DIP. Os candidatos aprovados em concurso só são efetivados depois de ter a vida esmiuçada pelos responsáveis pela chamada "investigação social". Entre as tarefas dos investigadores está a de visitar lugares como a casa, o local de trabalho, a faculdade em que estudou o futuro policial e até o bar a que ele mais gosta de ir. As perguntas a parentes, ex-chefes, namoradas e amigos incluem desde o número de copos de cerveja que o candidato consome numa noite até a freqüência com que ele chega atrasado ao trabalho. A situação financeira do candidato também é esquadrinhada (não pode ter dívidas). A experiência mostra que a filtragem na entrada é a melhor maneira de evitar a necessidade de expurgos maciços mais adiante. O FBI americano utiliza até polígrafos no processo de seleção de seus policiais. Para se ter uma idéia de como a seleção da polícia federal americana é eficaz, de 1950 até hoje, o FBI prendeu apenas doze agentes por má conduta.
O formato atual do Departamento de Inteligência revela outra mudança profunda na PF: o seu desaparelhamento. Criada em 1964, no início do regime militar, a instituição foi, por muito tempo, uma espécie de apêndice do Exército – e o DIP, seus olhos e ouvidos. Até 1986, todos os diretores da PF eram militares. O primeiro civil a assumir o cargo foi o delegado, e hoje senador, Romeu Tuma. Até esse momento, no entanto, a PF mantinha um estreito vínculo com o governo, abastecendo-o com informações que considerava "de interesse do Estado". Foi na administração Fernando Henrique Cardoso, em 1995, que a instituição começou a se desatrelar do governo. Hoje, a função de municiar o Planalto de informações estratégicas é da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). À PF cabe, exclusivamente, investigar crimes – inclusive os que possam ter sido cometidos por membros importantes do governo. O inquérito que apura o caso Waldomiro Diniz, o ex-funcionário da Casa Civil pilhado pedindo propina a um bicheiro, poderá ser a primeira oportunidade de testar essa independência. Outro teste para a PF terá início nos próximos dias. Ela deverá deflagrar uma nova operação, desta vez envolvendo uma empresa de investigação e suas relações com um conhecido e influente banqueiro carioca. Muitos peixões deverão ser pescados em tal oportunidade.
As transformações ocorridas na PF, incluindo a metodologia que vem sendo aplicada às operações, não têm a aprovação unânime de especialistas. O coronel da reserva da PM José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública no governo anterior e pesquisador do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, embora elogie a execução de "algumas das operações da Polícia Federal", acredita que elas carecem de seqüência. "A PF não tem efetivo para dar continuidade às suas ações. Na Operação Anaconda, por exemplo, há uma pilha de documentos à espera de análise." O ministro Thomaz Bastos concorda que o efetivo da PF é insuficiente. O FBI americano tem 12.000 homens, mas é apenas uma das três polícias federais do país. O Drug Enforcement Administration (DEA), encarregado do combate ao narcotráfico, tem 5.300 agentes. O Department of Homeland Security (DHS), para controle de fronteiras e imigração, tem 7.200 só nos aeroportos. Outra torrente de críticas parte do sindicato da categoria. Para o vice-presidente da entidade, o policial João Valderi de Souza, a estratégia da PF de esconder informações sobre investigações em curso até mesmo de superintendentes das regiões onde elas se dão "fere a ética da categoria e coloca colegas sob suspeita e promove a desmoralização de policiais". É o tipo de frase que trai uma visão corporativista. A verdade é que, numa corporação em que ainda há muitos corruptos, investigações supersecretas são uma necessidade. Só assim é possível impedir que haja vazamentos e tudo termine em pizza. O ex-superintendente da PF em São Paulo Francisco Baltazar por mais de uma vez expressou indignação por ter sido alijado de três grandes operações deflagradas por Brasília em São Paulo – duas das quais resultaram na prisão de delegados ligados a ele. Baltazar havia sido indicado para o cargo pelo presidente Lula, a quem serviu como chefe de segurança nas quatro últimas campanhas presidenciais. Em agosto, teve seu pedido de demissão prazerosamente aceito pela direção, depois que, na seqüência de um longo período de desgaste, investigações revelaram a existência de uma conta bancária no exterior em seu nome. O auto-saneamento da PF, afirma Lacerda, não visa apenas a livrar a corporação dos maus elementos que ela abriga hoje, mas, principalmente, a mudar a cultura de tolerância com que parte da instituição encara os policiais desonestos. Afirma o delegado Lacerda: "Nossa avaliação é que a Polícia Federal hoje tem 10% de policiais corruptos e 10% de homens combativos e indignados com essa corrupção. Os outros 80%, embora honestos, ainda fazem vista grossa aos colegas que cometem delitos. O problema é que essa turma é tão nociva quanto quem pratica os crimes. Nosso projeto é expulsar os corruptos e despertar o sentimento de indignação no policial ao ver um colega incidindo em crime".
O delegado Lacerda é conhecido pelo seu temperamento discreto. Avesso a entrevistas, holofotes e discursos, é do tipo que, quando comparece a um evento público, permanece encolhido em um canto até que alguém lhe dirija a palavra. À parte sua personalidade retraída, o comportamento envolve um tanto de precaução profissional. Em um universo em que a espionagem e a "plantação" de informações são artigos fáceis, ele sabe que é um alvo e tanto para os inimigos. Há algum tempo, relatou a amigos um episódio que só reforçou sua convicção sobre a necessidade de aparecer o menos possível. No ano passado, num fim de semana em que não pôde voltar para o Rio, onde mora, resolveu matar o tempo na piscina do hotel em que se hospeda em Brasília desde que assumiu o cargo. Enquanto tomava sol, foi abordado por uma loira vistosa que, vestida em biquíni minúsculo, o cumprimentou com uma cordialidade que ele achou exagerada. Depois de dizer que o conhecia e o admirava de longe, a mulher perguntou se podia sentar-se ao seu lado. Lacerda contou a amigos sua reação: "Olhei em torno e a piscina estava cheia de rapazes. Pensei: sou um velho, alguma coisa está errada. Nessa hora, lembrei do caso do Luiz Francisco". O diretor se referia ao procurador da República Luiz Francisco de Souza, que, por pouco, não teve a polêmica carreira encerrada ao envolver-se, cinco anos atrás, com uma "andorinha". O termo, no jargão da espionagem, designa as agentes que se disfarçam de amante apaixonada para obter informações de seu alvo ou criar uma situação comprometedora com o objetivo de desmoralizá-lo. O procurador só percebeu que caíra em uma emboscada quando sua andorinha, na verdade uma soldado da Polícia Militar do Distrito Federal, tentou forjar um espancamento no quarto de um motel em que eles se encontraram. Diante da lembrança, Lacerda bateu em retirada e nunca mais foi visto na piscina.
A história mostra que todos os países que obtiveram sucesso no combate ao crime organizado passaram por transformações em suas polícias. Foi o caso da Itália, nos anos 80. Ao reconstituir sua força policial e conquistar a adesão de um grupo de magistrados honestos, o governo conseguiu enfraquecer a Máfia. "A maior conquista, porém, foi ter conseguido, com isso, mudar a mentalidade de toda uma população, acostumada a tolerar a corrupção", avalia o pesquisador de estudos de corrupção do Banco Mundial Yasuhiko Matsuda. Ele lembra, no entanto, que o caso italiano só teve sucesso porque a depuração da polícia ocorreu simultaneamente com a reforma de outros órgãos públicos, como o Judiciário e o Fisco. O Brasil ainda está longe disso. Mas tem na Polícia Federal um exemplo a ser seguido.

O QUE É E PARA QUE SERVE A PF

Zuhair Mohamad/O Popular/AE

Criação: novembro de 1964
Estrutura: 27 superintendências regionais nas capitais dos Estados, sede no Distrito Federal, 84 delegacias espalhadas pelo país e representações na Argentina, Paraguai e Colômbia
Principais funções: combate ao narcotráfico, ao contrabando, à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e a crimes contra o sistema financeiro, os direitos humanos, o meio ambiente e o patrimônio histórico
Quantos agentes tem hoje: 7 800
Quantos deveria ter: 20 000
Formação dos agentes: superior completo
Salário-base: 4 100 reais
Orçamento: 168 milhões de reais/ano (pouco mais de 1% da verba anual do FBI: 4,3 bilhões de dólares)


DO OUTRO LADO DA LEI
Entre os 44 policiais federais presos pela PF nos últimos dois anos estão diversos delegados da corporação. A lista de crimes dos quais eles são acusados vai de roubo de carga ao envolvimento com uma quadrilha de venda de sentenças judiciais. Alguns dos expurgados:

Edson Silva/Folha Imagem
JOSÉ BOCAMINO, ex-delegado-chefe da PF em Ribeirão Preto (SP), responde preso a processos por roubo de carga e adulteração de combustível. Também está sendo investigado por participação no esquema de exploração ilegal de diamantes em Rondônia
Edson Silva/Folha Imagem
WILSON PERPÉTUO, também preso, agiria em conjunto com o colega Bocamino. Em 1991, quando chefiava a delegacia da PF em Foz do Iguaçu, já havia deixado a corporação sob acusação de facilitação de contrabando, mas, à época, conseguiu ser reintegrado mediante ordem judicial.
Agliberto Lima/AE 
AUGUSTO BELLINI, ex-chefe da Delegacia de Polícia de Imigração, está preso sob acusação de envolvimento com a quadrilha do juiz Rocha Mattos, acusada de proteger contrabandistas e vender sentenças judiciais e habeas corpus
Sérgio Castro/AE
DIRCEU BERTIN, ex-corregedor-chefe da PF paulista, responde em liberdade ao mesmo processo de formação de quadrilha para venda de sentenças judiciais. A quadrilha também é acusada de retardar inquéritos policiais sob encomenda

O ALTO PREÇO DA CORRUPÇÃO
O economista chileno Daniel Kaufmann, 53 anos, comanda o departamento de governança do Banco Mundial, com sede em Washington, onde estuda os efeitos negativos da corrupção sobre a economia. Kaufmann deu a seguinte entrevista à repórter Monica Weinberg.
COMO A CORRUPÇÃO POLICIAL ATRAPALHA O AVANÇO ECONÔMICO DE UM PAÍS?
A corrupção na polícia é um desastre para a economia porque provoca uma explosão nos índices de criminalidade. Isso tem um preço alto para o país. Segundo um estudo do Banco Mundial, o custo do crime no Brasil chega a 11% do PIB. A conta inclui gastos com segurança e saúde e a morte de pessoas em plena capacidade produtiva. 
 
A CORRUPÇÃO NA POLÍCIA É A MAIS PREJUDICIAL?
Não. Não adianta resolver a corrupção em uma instituição isolada e deixar as outras na lama. Para um país tornar-se competitivo, precisa dispor de um conjunto sólido de instituições, em que as regras sejam claras, os contratos tenham validade e os tribunais façam cumprir a lei. 
 
COMO A CORRUPÇÃO ESPANTA OS INVESTIDORES?
Em um país corrupto, levando-se em conta o pagamento de propinas e as perdas de produtividade com a burocracia, estima-se que o investimento saia em média 20% mais caro. O empresário, claro, vai fugir disso. Na América Latina, a corrupção é um dos maiores obstáculos para a atração de investimento estrangeiro. 
 

AFP
HONG KONG: limpeza na polícia e crescimento na economia

QUAIS SÃO OS PAÍSES COM AS EXPERIÊNCIAS MAIS BEM-SUCEDIDAS NO COMBATE À CORRUPÇÃO?
Chile, Eslovênia e Botsuana, além de Hong Kong. Fiz um estudo no Banco Mundial para calcular o impacto do controle da corrupção nesses países e a conclusão é impressionante: a renda per capita, em média, quadriplica no longo prazo e a mortalidade infantil cai 75%. Se a Tanzânia tivesse os índices de corrupção da Inglaterra, seu PIB cresceria mais de 20% ao ano. 
 
A CORRUPÇÃO PODE SER UMA AMEAÇA À DEMOCRACIA?
Quando a corrupção é escancarada, a população se torna cética em relação às instituições do país. Isso deixa a democracia mais frágil e pode criar um ambiente favorável à implantação de um regime autoritário. 
 
EXISTE ALGUM PAÍS QUE TEVE SUCESSO ECONÔMICO APESAR DA CORRUPÇÃO?
No longo prazo, nenhum. Olhe a Argentina. O país cresceu a taxas invejáveis, mesmo com a corrupção, mas depois entrou em colapso. Com a Rússia, mantido lá o mesmo nível de corrupção atual, a tendência é marchar para o colapso. 
 
E O BRASIL?
O Brasil apresenta um nível intermediário de corrupção. Se quiser figurar entre as economias mais poderosas do mundo, precisará fazer um esforço para reduzir esse índice. É um trabalho para pelo menos duas décadas.

A POLÍCIA FEDERAL DOS AMERICANOS

AP
Orion Pictures
Policiais do FBI vasculham a área em que os corpos de ativistas mortos pela Ku Klux Klan foram achados, em 1964; acima, o ator Gene Hackman no filme Mississippi em Chamas, inspirado no episódio

Quando John Edgar Hoover assumiu, em 1924, a direção do FBI, o órgão estava longe de ser considerado o que é hoje: a melhor polícia do mundo. "Era, o que se dizia então, um antro de corrupção", afirma Daniel Clegg, representante da polícia no Brasil. Boa parte de seus 411 agentes estava envolvida com gangues de assaltantes ou com a exploração da prostituição. Hoover promoveu uma limpa nas fileiras da instituição, passou a exigir formação superior dos agentes e tornou rigoroso o processo de seleção. Sob sua controversa gestão, que durou 48 anos, o FBI foi acusado, entre outras coisas, de tentar "neutralizar" o líder do movimento negro Martin Luther King usando expedientes tão espúrios como a ameaça de divulgar detalhes de sua vida pessoal. Mas foi também sob o comando de Hoover que o FBI produziu um exemplo histórico de como uma instituição policial pode ajudar a mudar os rumos de um país e consolidar sua democracia. Em 1964, três ativistas do movimento pelos direitos civis desapareceram na cidade de Neshoba, no Estado do Mississippi. Apoiado por Robert Kennedy, então procurador-geral da República, o FBI desencadeou uma megainvestigação que incluiu a infiltração de agentes em organizações racistas, a tomada de depoimentos de mais de 1 000 pessoas e a instalação de um escritório no Mississippi – à época um dos Estados mais segregacionistas dos Estados Unidos. Ao fim de seis meses, a polícia encontrou os corpos dos três ativistas carbonizados e com marcas de bala. As investigações concluíram que os autores eram membros da organização racista Ku Klux Klan, que agiram em conjunto com policiais de Neshoba. O desfecho do caso chocou o país e ajudou o presidente Lyndon Johnson a aprovar duas leis que consolidaram a democracia americana: a dos Direitos Civis, que transformou a discriminação racial em crime, e a do Direito ao Voto, que sacramentou o direito dos negros de ir às urnas. O inquérito do FBI entrou para a história da luta americana pelos direitos civis e foi tema do filme Mississippi em Chamas, de 1988. Hoje, o diretor do órgão é nomeado pelo presidente da República e tem mandato de dez anos. O FBI tem 12 000 agentes e um orçamento anual de 4,3 bilhões de dólares. Mas seu principal patrimônio é o respeito.


É ou não é para ter orgulho dessa instituição?